Paralelamente à Guerra Fria, aconteceram muitos fatos marcantes na história. Entre eles, a Guerra da Coreia, o único confronto militar direto do período da guerra entre os dois grandes blocos econômicos. A Queda do Muro de Berlim, a Corrida Espacial, o Fim da Guerra Fria e a Segunda Guerra Fria são outros acontecimentos importantes do período.

A Corrida Armamentista

Ao final da Segunda Guerra Mundial, os dois polos representantes do capitalismo e do socialismo, contavam com um enorme arsenal bélico. Mas, uma das duas potências precisava se tornar soberana, devido ao grande poder que detinha. Por isso, iniciaram uma corrida armamentista, com a construção de máquinas de destruição em massa.

Em 1951, os Estados Unidos, donos da tecnologia da bomba atômica, faziam testes nucleares numa área especial, no estado de Nevada. Nesse segmento, a União Soviética estava a um passo atrás dos norte-americanos. Enquanto os comunistas testavam a bomba atômica, o país do Tio Sam se encontrava bem à frente, com a bomba de hidrogênio criada através da fusão nuclear, com um poder exponencial de destruição em massa.

O Estados Unidos cresceram tanto, a ponto de, em 1960, ter um poderio militar capaz de devastar qualquer nação. Dessa forma, estabeleceu-se como potência mais poderosa em tecnologia bélica do mundo. Entretanto, a União Soviética também conseguiu um armamento superpotente. As duas nações, a essa altura, se entrassem em um conflito direto, com apenas uma parte de seu material bélico, seriam capazes de destruir  b o planeta.

A Guerra da Coreia (1950 – 1953)

A guerra iniciou-se em 25 de junho de 1950 e envolveu as forças armadas. De um lado, Estados Unidos e o Reino Unido, em favor da Coreia do Sul, enquanto que, do lado comunista, a China e a União Soviética, aliadas da Coreia do Norte. O estopim da guerra se deu pela invasão das tropas norte-coreanas à Coreia do Sul, após ataque surpresa.

No dia seguinte, foi declarada a Guerra da Coreia. As tropas sul-coreanas abandonaram a capital, Seul. Diante disso, os invasores do norte tomaram conta do território apoiado pelo eixo capitalista. As Nações Unidas não aceitaram e pediram aos Estados Unidos que enviassem suas forças armadas, a fim de pelejar e estabelecer, novamente, o domínio da Coreia do Sul sobre o território invadido.

Os norte-coreanos seguiram com sua investida e capturam a cidade sul coreana de Inchon, que fica próxima à capital, Seul – a Coreia do Norte já havia tentado, por várias vezes, derrubar o governo capitalista do seu país vizinho.

Os invasores tinham um material humano que chegava a 70 mil combatentes, enquanto que os norte-americanos vinham com o dobro desse exército, somando 140 mil soldados. As tropas das Nações Unidas retiraram as tropas rivais da Coreia do Sul, num acontecimento que pode ter sido o mais brutal da história das Coreias.

A Guerra da Coreia acabou em 27 de julho de 1953. O conflito mais violento da história deixou muitas marcas. O acordo que foi assinado, em Panmunjon, em julho. A herança da guerra é a divisão da Coreia e, na época, cerca de 3,5 milhões de mortos. As tropas das Nações Unidas foram afastadas com ajuda da República da China.

A Corrida Espacial (1957)

Os rápidos avanços da tecnologia se deram no período da Guerra Fria. A Corrida Espacial aconteceu no final dos anos de 1950. A União Soviética, como estratégia de defesa a possíveis ataques dos americanos, decidiu investir em estudos mais avançados. Em 1957, eles deram início à chamada Corrida Espacial.

Sputnik foi o primeiro homem lançado no espaço. A tecnologia soviética serviu para progressos no campo científico, o que abriu horizontes para as pesquisas espaciais. Uma esfera de meio metro, aproximadamente, e com cerca de 80 kg subiu ao espaço. O satélite transmitia e recebia sinais de rádio.

Em novembro de 1957, os soviéticos mandaram outro artifício ao espaço. Agora, uma segunda versão do Sputnik. Estava a bordo do Sputnik II, o primeiro ser vivo a entrar em órbita, a cadela Laika. A estratégia dos soviéticos chamou a atenção dos americanos, que despertaram criando sua primeira invenção no ano seguinte.

O Explorer I foi lançado no ano de 1958, inserindo os norte-americanos na corrida. Porém, dessa vez, os soviéticos tomaram a dianteira, pois já tinham outro projeto, o Vostok I, que tinha a bordo, nada mais, nada menos que Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir e voltar ao espaço a salvo. A cadela Laika morreu queimada após um erro com o sistema de refrigeração do Sputnik II.

O espaço não era o limite. O presidente americano, John F. Kennedy, cobiçava a Lua como lugar a ser alcançado. E mais, queria homens americanos pisando nela. Os soviéticos tentaram tal projeto, mas o máximo que conseguiram foi enviar um artefato chamado de Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os americanos, com o Apollo 8.

Finalmente, aconteceu a chegada do homem na Lua. O Apollo 11, com Neil Armstrong e Edwin Aldrin, pisaram e caminharam, segundo os americanos, em solo lunar. O presidente americano, Ronald Reagan, criou uma estratégia anti-guerra, a qual denominou de “guerra nas estrelas”; todavia, os soviéticos foram os únicos a colocar uma aeronave munida de armamentos nucleares no espaço, a Polyus.

A Guerra do Vietnã (1964 – 1975)

O Vietnã, assim como a Coreia, estava sendo dividido entre os dois polos econômicos, o capitalismo e o socialismo. A parte sul do país estava atuando em conjunto com os Estados Unidos, já a do norte com o líder Ho Chi Minh. Ele queria transformar o Vietnã em um só país, sem fragmentações.

Os sulistas eram adeptos do capitalismo, em contrapartida, os vietnamitas do norte ou vietcongues, eram comunistas. Os vietnamitas haviam sido libertos do poder francês. Os norte-americanos começaram a enviar as tropas em 1965, para apoiar o lado sul do Vietnã.

A batalha contra os vietcongues era muito desigual. Os norte-americanos atacavam as bases inimigas com armamentos pesados, que envolviam desde aviões guerrilheiros até armas químicas, como o Agente Laranja. Ele possui substâncias cancerígenas e, na Guerra do Vietnã, acarretou em deficiências nas pessoas que nasceram na região.

Porém, os Estados Unidos falharam em sua missão. As tropas americanas tiveram que se retirar do Vietnã e esse evento é tido como vergonha nacional para os EUA. A derrota dos norte-americanos influenciou na cultura americana, principalmente no cinema. O filme Rambo fala sobre a Guerra do Vietnã, que acabou em 30 de abril de 1975, com vitória dos vietcongues.

A Queda do Muro de Berlim: O Fim da Guerra Fria (1961 – 1989)

Esse foi um fato marcante da Guerra Fria. A Alemanha havia sido fragmentada em dois blocos, o capitalista e o socialista. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o país foi, além da divisão dos dois regimes econômicos, administrado por quatro potências mundiais: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e a União Soviética.

Houve a ajuda dos norte-americanos, através do Plano Marshall, que visava o empréstimo a baixos juros, para a reconstrução pós-guerra. Além disso, os capitalistas fizeram acordo para diminuir a inflação na destruída Alemanha. No entanto, Josef Stalin não quis aderir a essa aliança. E, por isso, construiu um muro, fechando o acesso terrestre à Alemanha Oriental.

O muro separava as duas Alemanhas e rodeava a capital, Berlim. A parede era constituída mais de 300 torres de observação. Nelas, havia guardas com autorização de abrir fogo, para o caso de alguém tentar algo que envolvesse a fronteira entre os dois blocos no país. Dessa forma, impedia que houvesse a emigração.

Depois de vários acontecimentos, entre mortes, feridos e o discurso, em um tom de pressão contra os soviéticos, conhecido como “Tear down this wall”, em português, “Derrube este muro” do presidente americano, Ronald Reagan, ao líder soviético, Mikhail Gorbatchev. Os populares alemães decidiram pelo fim da separação. O muro já existia na Alemanha há 28 anos.

Então, em novembro de 1989, aconteceu o histórico fato da queda do muro de Berlim. Contudo, a derrubada dele não passou de uma falha de comunicação. O intuito do governo da Alemanha Oriental era de acabar com os empecilhos de deslocamento de Oeste para Leste. No entanto, a informação saiu mais cedo do que o esperado pela liderança, o que acarretou em um mal entendido.

A mídia noticiou a respeito da abertura do muro; com isso, movimentou enorme parcela da população, que não deixou chance para os órgãos de fiscalização das fronteiras, devido à quantidade de pessoas reivindicando a abertura dos portões. Consequência disso: os militares se viram obrigados a liberar os portões. Em outros lugares de Berlim tudo aconteceu da mesma forma.

Depois da abertura das fronteiras e o encontro do povo, a alegria contagiou o ambiente e, enfim, o muro de Berlim começou a ser destruído. A cortina de ferro havia se desfeito. Acabava a divisão do país em dois blocos e comemorava-se a reunificação da Alemanha, separada após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns historiadores, naquele momento, declarava-se o fim da Guerra Fria.